
Ramagem nega acusações da PF na ‘Abin Paralela’
Relatório emitido pela Polícia Federal conclui que o ex-diretor-geral da Agência espionou autoridades públicas e favorecido Flávio Bolsonaro e Jair Renan.
Da Redação
12/07/24 • 15h15

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) negou que o órgão tenha espionado autoridades públicas ou favorecido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e seu irmão, Jair Renan, durante sua gestão.
A declaração de Ramagem responde ao relatório da Polícia Federal (PF) na investigação chamada Abin Paralela, cujo conteúdo foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (11). A Corte também autorizou a PF a cumprir novos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.
De acordo com a PF, servidores da Abin usaram uma ferramenta chamada First Mile para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo, servidores da Receita Federal e personalidades públicas, como jornalistas. Esta ferramenta foi adquirida durante a gestão de Ramagem, entre julho de 2019 e março de 2022, e é capaz de monitorar dispositivos móveis sem a necessidade de autorização judicial.
Em uma postagem feita hoje (12) na rede social X (antigo Twitter), Ramagem negou irregularidades e acusou a PF de fazer ilações. Ele afirmou que a aquisição da ferramenta First Mile foi regular, com parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), e que sua gestão fez os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possíveis desvios para a corregedoria. Ramagem também destacou que outras 30 instituições adquiriram o mesmo sistema de monitoramento.
Ramagem também negou qualquer interferência da Abin em favor do senador Flávio Bolsonaro. Investigadores da PF afirmam que Ramagem teria ordenado o monitoramento de três auditores da Receita Federal que investigavam suspeitas de rachadinha envolvendo Flávio Bolsonaro. Ramagem assegurou que a demanda foi resolvida exclusivamente em instância judicial e sugeriu que a ação visa prejudicar sua pré-candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.
O senador Flávio Bolsonaro também se manifestou nas redes sociais, afirmando que a divulgação do relatório foi feita para prejudicar a candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele negou qualquer relação com a Abin e afirmou que sua defesa atacava questões processuais.