Queimada no Pantanal continua mesmo depois da proibição do uso do fogo

Da Redação
28/06/24 • 17h50

Os incêndios no Pantanal consumiram mais de 61 mil hectares nos últimos quatro dias, informou o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). Desde o início do ano até quinta-feira (27), o fogo já atingiu 688.125 hectares do bioma.

Renata Libonati, coordenadora do laboratório, afirmou que, apesar das condições adversas causadas pela mudança climática, o incêndio só ocorre com alguma ignição. A análise técnica constatou que entre maio e junho não houve raios na região, indicando que as queimadas são de origem humana. Mesmo com a proibição do uso do fogo, os incêndios continuam.

O Ministério Público Estadual identificou 18 pontos de ignição em 14 locais de 12 propriedades privadas, segundo o promotor Luciano Furtado Loubet. Ele explicou que o trabalho é realizado em parceria com as forças militares do estado, tanto na investigação e responsabilização quanto nas atividades de prevenção, como a criação de aceiros e treinamento de brigadistas.

Em visita a Corumbá, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apelou para que não haja mais manejo de fogo na região. Ela destacou a combinação adversa de El Niño, La Niña, mudança climática e escassez hídrica severa, que agravam a situação. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, garantiu recursos necessários para conter os incêndios, mas ressaltou a importância de campanhas de conscientização e responsabilização para combater os incêndios criminosos.

Atualmente, a força-tarefa no Pantanal conta com 280 pessoas do Ibama e Icmbio, 250 militares das Forças Armadas, 40 agentes da Força Nacional de Segurança Pública, além de helicópteros, aviões e embarcações cedidas pelo Ministério da Defesa e Ministério da Justiça e Segurança Pública. O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul também participa com 169 homens, dois helicópteros e uma aeronave Air Tractor.