
Produção científica no Brasil cai 7,2% em 2023 e volta para o volume pré-pandemia
Esta é a segunda queda seguida na produção nacional.
Da Redação
30/07/24 • 17h54

A publicação de artigos científicos no Brasil caiu 7,2% em 2023 em comparação ao ano anterior, segundo um relatório da editora Elsevier e da agência de notícias Bori, divulgado nesta terça-feira (30). Esta é a segunda queda consecutiva na produção científica brasileira, após uma redução de 8,5% em 2022 em relação a 2021. A queda aproximou o número de artigos publicados em 2023 ao patamar de 2019, antes da pandemia, com menos de 69 mil textos publicados.
“Sabemos que o volume de publicação de artigos reflete o investimento feito em pesquisa científica anos atrás, com efeitos de médio prazo”, diz Dante Cid, vice-presidente de Relações Institucionais para a América Latina da Elsevier. Em 2022, o governo federal aumentou em 40% os valores das bolsas de mestrado e doutorado, e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) liberou mais de R$ 10 bilhões. A previsão para este ano é de que o fundo financie R$ 12 bilhões.
O volume de artigos é um indicador do trabalho dos cientistas, permitindo que outros pesquisadores revisem os resultados de seus colegas. Perder ritmo na produção científica significa produzir menos conhecimento e soluções para questões como tratamento de doenças, melhorias na agropecuária ou enfrentamento de questões sociais.
A área de ciências médicas foi a mais afetada, com queda de 10% na produção de artigos. Entre as 31 principais instituições de pesquisa do país, apenas as universidades federais de Juiz de Fora (UFJF) e de Pernambuco (UFPE) não sofreram redução na atividade científica. A queda na produção científica do Brasil em 2023 foi maior do que a observada em países como México, África do Sul e Argentina, além de nações com maior nível científico como Japão, Estados Unidos, França, Alemanha, Rússia e Coreia do Sul.