Presidente da França dissolve o Parlamento e convoca novas eleições legislativas

Emmanuel Macron tomou a decisão após a derrota do seu partido nas eleições europeias.

Da Redação
09/06/24 • 21h00

Partido de Macron foi derrotado pela extrema-direita nas eleições europeias. (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou neste domingo (9) a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições legislativas para o final deste mês, após a derrota de seu partido nas eleições europeias para o partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen.

Macron reconheceu que os resultados representaram um desastre para seu governo e afirmou que não poderia ignorar a situação. Em uma aposta política arriscada, a menos de dois meses dos Jogos Olímpicos em Paris, ele marcou as eleições para a Câmara para 30 de junho, com um segundo turno em 7 de julho.

A decisão surpreendente de Macron pode deixá-lo em uma posição vulnerável se o partido National Rally (RN) de Le Pen conquistar a maioria parlamentar. Sob a liderança de Jordan Bardella, de 28 anos, o RN obteve cerca de 32% dos votos na votação de domingo do Parlamento Europeu, mais do que o dobro dos 15% da chapa de Macron, de acordo com as primeiras pesquisas de boca-de-urna. Os socialistas ficaram logo atrás de Macron, com 14%.

Por sua vez, a líder do partido de extrema-direita francês União Nacional, Marine Le Pen, celebrou o resultado histórico nas eleições europeias e endossou a decisão de dissolução do parlamento anunciada pelo Presidente Macron, manifestando-se pronta para governar.

“Esta eleição histórica mostra que, quando o povo vota, o povo ganha”, declarou Le Pen durante um evento no Pavilhão Chesnay du Roy, leste de Paris, onde o partido se reuniu para acompanhar os resultados do escrutínio, diante da comemoração dos militantes.

Le Pen destacou que, ao alcançar quase 32% dos votos, este é o melhor resultado de sempre do partido fundado por seu pai, Jean-Marie Le Pen, em 1972 com o nome de Frente Nacional (Front National).

“Estas eleições europeias confirmam o nosso movimento como a grande força alternativa em França. Estamos prontos para assumir o poder, se os franceses nos derem a confiança nas futuras eleições legislativas”, afirmou.