
Primeiro-ministro do Japão anuncia renúncia em meio a escândalos e crise econômica
Descontentamento público e escândalos políticos levam Fumio Kishida a abrir mão da liderança do Partido Liberal Democrata (LDP).
Da Redação
14/08/24 • 18h45

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou nesta quarta-feira (14) que renunciará ao cargo no próximo mês, citando o descontentamento público com escândalos políticos e o aumento do custo de vida, que impactaram negativamente seus três anos de mandato. Kishida afirmou que “a política não pode funcionar sem a confiança do povo” e destacou que sua decisão de não buscar a reeleição como líder do Partido Liberal Democrata (LDP) foi motivada por um desejo de promover reformas políticas.
A renúncia de Kishida desencadeará uma disputa dentro do LDP em setembro para escolher um novo presidente do partido, que, por extensão, se tornará o próximo primeiro-ministro do Japão. Desde que assumiu o cargo em 2021, Kishida viu seus índices de aprovação caírem, principalmente devido a revelações sobre os laços do LDP com a controversa Igreja da Unificação e a um fundo secreto de doações políticas não registradas.
Além dos escândalos, Kishida enfrentou o descontentamento popular causado pelo aumento do custo de vida, agravado pela lenta recuperação salarial em um Japão que está finalmente saindo de anos de deflação. “Um primeiro-ministro em exercício do LDP não pode se candidatar à corrida presidencial a menos que tenha certeza da vitória”, observou Koichi Nakano, professor de ciências políticas da Universidade de Sophia.
O próximo líder do LDP enfrentará desafios significativos, incluindo restaurar a confiança do povo no partido, lidar com as crescentes tensões geopolíticas com a China e preparar-se para as possíveis consequências de um eventual retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.