PF investiga fraudes em sistema das vacinas do Ministério da Saúde

Operação Venitre investiga adulteração no cartão de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro, de sua filha, Laura e de Mauro Cid.

Da Redação
04/07/24 • 10h00

Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Duque de Caxias. (Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (4) a segunda fase da Operação Venire, que investiga uma associação criminosa responsável por inserir dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.

A PF informou que estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), contra agentes públicos vinculados ao município de Duque de Caxias (RJ). Segundo a PF, esses agentes seriam responsáveis pela inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas.

“A ação tem como objetivo identificar novos beneficiários do esquema fraudulento”, informou a corporação. Estão sendo cumpridos, ao todo, dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias.

A primeira fase da Operação Venire foi deflagrada em maio do ano passado. Na ocasião, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na residência do ex-presidente, em Brasília.

A operação investiga a adulteração no cartão de vacina de Bolsonaro, da filha do ex-presidente, Laura, e de Mauro Cid. A suposta imunização teria ocorrido na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Parque Peruche, em São Paulo, no dia 19 de julho de 2021.

Segundo a prefeitura de São Paulo, apesar de haver registro no sistema com o CPF de Bolsonaro, a UBS nunca atendeu o ex-presidente, nem recebeu o lote da vacina citado no registro. Além disso, a profissional registrada como vacinadora nunca trabalhou na unidade mencionada. Na época, o Ministério da Saúde informou que todas as informações inseridas no sistema de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro.