
Pesquisa revela que 71% dos universitários usam IA nos estudos
Levantamento mostra aumento no uso e conhecimento de ferramentas como ChatGPT e Gemini na educação superior.
Da Redação
06/08/24 • 11h34

(Agência Brasil)
Sete a cada dez estudantes universitários ou interessados em cursar uma faculdade utilizam frequentemente ferramentas de inteligência artificial (IA) na rotina de estudos. Uma porcentagem um pouco maior, 80%, conhece as principais ferramentas, como ChatGPT e Gemini.
Os dados fazem parte da pesquisa “Inteligência Artificial na Educação Superior”, realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) em parceria com a Educa Insights, divulgada nesta terça-feira (6). Segundo o levantamento, 29% dos entrevistados utilizam as ferramentas nos estudos diariamente e 42% semanalmente, totalizando 71% que usam a IA frequentemente.
A pesquisa, feita em julho de 2024, envolveu 300 estudantes universitários que ingressaram na faculdade entre o fim de 2023 e o início de 2024, além de estudantes que têm interesse em uma graduação particular, com idades entre 17 e 50 anos, das cinco regiões do país.
O levantamento também mostrou um aumento no uso de IA em relação à primeira pesquisa realizada em 2023. Em 2024, houve um aumento de 11 pontos percentuais na quantidade de universitários e futuros universitários que afirmaram conhecer ferramentas de IA, passando de 69% em 2023 para 80% em 2024. Além disso, houve um aumento de 18 pontos percentuais naqueles que fazem uso frequente dessas ferramentas na vida acadêmica, que eram 53% em 2023 e agora são 71%.
Entre os benefícios da IA citados pelos participantes estão a possibilidade de aprender a qualquer momento e em qualquer lugar (53%); o acesso a informações e conteúdos mais atualizados e diversificados (50%); e a melhora na eficiência e rapidez na resolução de dúvidas e problemas (49%).
Por outro lado, os principais desafios na utilização de IA na educação mencionados pelos entrevistados incluem a falta de interação humana (52%); a dependência excessiva em tecnologias que podem falhar ou ficar obsoletas rapidamente (49%); e a possibilidade de erros nas avaliações e correções realizadas por inteligências artificiais (41%).
Sobre a substituição por IA, cerca da metade dos participantes (56%) acredita que as ferramentas estão cada vez mais confiáveis em atividades acadêmicas, a ponto de 84% considerarem que, futuramente, a IA poderá substituir parcialmente a atuação dos professores em sala de aula, seja na estruturação das aulas ou no auxílio à correção dos trabalhos e provas.
No mercado de trabalho, embora 45% dos entrevistados considerem alto o impacto que a automação da rotina laboral pode ter, apenas 14% acreditam que serão totalmente substituídos por máquinas em suas profissões. Outros 41% disseram que a substituição dependerá do ramo de atuação, e 37% responderam que não haverá substituição, mas que as ferramentas serão um apoio na realização do trabalho.
Diante desse cenário, 74% dos estudantes que participaram do levantamento consideram importante ou muito importante que as instituições de ensino superior invistam em IA e incorporem as ferramentas no ensino.