MPF quer extradição de ex-CEO das Americanas que vive na Espanha

Miguel Gutierrez é alvo em operação que investiga fraude bilionária.

Da Redação
13/07/24 • 00h05

As fraudes, somadas, podem chegar a R$ 25 bilhões. (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal a extradição do ex-CEO do Grupo Americanas, Miguel Gutierrez, atualmente residente em Madri, Espanha. O executivo é alvo da Operação Disclosure, conduzida pela Polícia Federal (PF), que investiga uma fraude bilionária na varejista.

O pedido do MPF foi encaminhado à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e foi assinado pelos procuradores da República José Maria de Castro Panoeiro e Paulo Sergio Ferreira Filho na quarta-feira (10).

Os procuradores argumentam que a extradição de Gutierrez é necessária para manter os fundamentos da decretação de sua prisão preventiva. Contudo, a decisão final sobre a extradição caberá à Espanha, por se tratar de uma questão de soberania entre os dois países.

Se a Justiça Federal decretar a extradição, o processo será conduzido pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O MPF aponta que, se a extradição for negada, existe a possibilidade de Gutierrez ser processado na Espanha.

Gutierrez foi preso em Madri no dia 28 de junho e liberado no dia seguinte após prestar depoimento às autoridades espanholas. De acordo com o Grupo Americanas, as fraudes cometidas sob a antiga gestão podem somar R$ 25 bilhões.

A defesa de Gutierrez nega sua participação em qualquer fraude e afirma que ele tem colaborado com as autoridades, fornecendo esclarecimentos e manifestando confiança nas instituições brasileiras e internacionais. Desde 2023, ele reside no mesmo endereço em Madri, comunicado às autoridades.

Outra figura central na investigação, a ex-diretora da Americanas, Anna Cristina Ramos Saicali, entregou seu passaporte no Brasil no dia 1º de julho, após retornar de Portugal. A nova diretoria da Americanas afirma ter sido vítima de manipulação dos controles internos pela antiga gestão.