
Milei anuncia que vetará reforma da Previdência aprovada pelo Senado
Medida, que visava ajustar pensões à inflação, é vista pelo governo como ameaça ao equilíbrio fiscal.
Da Redação
23/08/24 • 12h00

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que vetará a reforma da Previdência aprovada pelo Senado nesta quinta-feira (22), uma decisão que deverá acentuar as tensões entre o governo e o Congresso, dominado pela oposição. A reforma aprovada prevê o aumento das pensões de acordo com a inflação, atualmente em três dígitos no país, o que, segundo Milei, comprometeria o rigor fiscal que ele prometeu manter.
Em uma declaração na rede social X, o gabinete do presidente afirmou que o objetivo do projeto de lei é “destruir o programa econômico do governo”, apontando que a medida exigiria um gasto adicional equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). “Milei prometeu aos argentinos que manteria um superávit fiscal a todo custo, e ele o fará”, reforçou a declaração.
Milei, que assumiu a presidência em dezembro, implementou medidas de austeridade rigorosas como parte de uma estratégia para combater a alta inflação e a crescente pobreza, que agora atinge metade da população argentina. Em contraste, a senadora Juliana Di Tullio, de centro-esquerda e integrante do movimento peronista, que votou a favor do ajuste das pensões, destacou a grave situação social do país: “55,5% dos argentinos estão na pobreza e 17,5% estão na pobreza extrema. Muitos deles são cidadãos idosos”.
A decisão de vetar a reforma ocorre uma semana após o Congresso derrubar um decreto presidencial que previa a ampliação do orçamento de inteligência, argumentando que os recursos deveriam ser direcionados para necessidades sociais mais urgentes. A situação ressalta o crescente conflito entre o executivo e o legislativo argentino, enquanto o país enfrenta desafios econômicos e sociais críticos.