Justiça mantém prisão de médico envolvido no caso dos órgãos infectados com HIV

Ginecologista Walter Vieira e outros investigados no caso enfrentam acusações após resultados errados emitidos por laboratório.

Da Redação
17/10/24 • 09h30

Todos os mandados de prisão foram emitidos e cumpridos na segunda-feira (14). (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Justiça do Rio de Janeiro manteve, nesta terça-feira (15), a prisão temporária do médico ginecologista Walter Vieira, um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O médico é investigado por participar da emissão de laudos errados que permitiram a realização de transplantes de órgãos infectados pelo vírus HIV. Walter Vieira passou por audiência de custódia, que confirmou sua prisão.

Outros dois envolvidos no caso, Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico do laboratório, e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionária da empresa, também foram presos, mas ainda não participaram da audiência de custódia. Além deles, nesta quarta-feira (16), a Polícia Civil prendeu Cleber de Oliveira dos Santos, técnico de laboratório, que era o último foragido na operação. Todos os mandados de prisão emitidos na segunda-feira (14) foram cumpridos, concluindo a primeira fase da investigação.

A operação foi desencadeada após a descoberta de que o laboratório havia emitido laudos errados para dois doadores de órgãos. O laboratório atestou que ambos eram negativos para o HIV, quando, na verdade, eram positivos. Esses laudos errôneos resultaram na infecção por HIV de seis pacientes que receberam os transplantes no estado do Rio de Janeiro.

Posicionamento do Conselho Regional de Farmácia

Em nota, o Conselho Regional de Farmácia do estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ) informou que o laboratório PCS Lab Saleme não possuía registro junto ao conselho e não contava com farmacêuticos registrados. A entidade também destacou que Jacqueline Iris Bacellar de Assis, mencionada nas investigações, possuía inscrição ativa no CRF-RJ.

O conselho afirmou que sua presidente em exercício, Luzimar Gualter, determinou a abertura de procedimentos internos. Caso sejam confirmadas irregularidades sanitárias ou éticas, as penalidades podem incluir a cassação definitiva do registro profissional dos envolvidos.