
Instituto Nacional de Cardiologia alerta sobre o aumento da obesidade
Situação nas capitais e no Distrito Federal preocupa os especialistas
Da Redação
06/03/24 • 11h20

Um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vinculado ao Ministério da Saúde, revelou um cenário preocupante nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, com um aumento significativo no número de adultos com sobrepeso e obesidade.
Os dados do artigo “Análise temporal da prevalência da obesidade e do sobrepeso no Brasil entre 2006 e 2023: evidências a partir dos dados do Vigitel”, elaborado pelos pesquisadores Arn Migowski e Gustavo Tavares Lameiro da Costa, indicam que, pela primeira vez na série histórica, o percentual de pessoas com sobrepeso ultrapassou o de indivíduos com peso normal, enquanto os obesos constituem quase um quarto da população.
O Dia Mundial da Obesidade, celebrado na última segunda-feira (4), foi o pretexto ideal para a divulgação dos dados alarmantes. O estudo se baseou nas informações coletadas pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), uma pesquisa telefônica realizada pelo Ministério da Saúde.
A diretora do INC, Aurora Issa, ressaltou que o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para uma série de doenças graves, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e depressão. O estudo classificou a população adulta em três grupos com base no índice de massa corporal (IMC), com a categoria “excesso de peso” incluindo tanto pessoas com sobrepeso quanto obesidade.
O médico epidemiologista Arn Migowski destacou que a proporção de adultos com excesso de peso tem aumentado consistentemente ao longo dos anos, tornando-se majoritária nas capitais brasileiras. Hoje, a proporção de pessoas com excesso de peso chega a 63,07%. Essa tendência é preocupante e evidencia a necessidade de medidas urgentes para combater o problema da obesidade e promover hábitos saudáveis na população.
Nas faixas etárias, os índices de sobrepeso e obesidade em jovens adultos (18 a 24 anos) é menor do que em pessoas mais velhas. Entretanto, os valores subiram de 21,57% em 2006 para 36,55% em 2023.
Nos gêneros, é alarmante o declínio na proporção de mulheres com peso normal, caindo de 59,29% em 2006 para 38,75% este ano. Entre os homens, os valores também foram de queda na saúde, indo de 51,61% em 2006 para 34,93% atualmente.