G7 se compromete a acelerar transição dos combustíveis fósseis e enfrenta divisões sobre o aborto

Durante a cúpula na Itália, líderes do G7 prometem abandonar combustíveis fósseis até 2050, enquanto enfrentam divisões internas sobre políticas de aborto.

Da Redação
14/06/24 • 19h48

A Itália detém a presidência rotativa do G7 e recebe o encontro em Roma. (Foto: G7)

Os líderes do G7, reunidos na Itália, estão se comprometendo a acelerar a transição para o abandono dos combustíveis fósseis ao longo desta década, de acordo com um esboço da declaração que deverá ser divulgado ao final da cúpula. O rascunho da declaração, que a Reuters teve acesso, revela a intenção dos líderes de fazer essa transição de forma justa e ordenada, com o objetivo de alcançar emissões zero até 2050.

O documento também promete a eliminação gradativa da geração de energia a carvão nos sistemas de energia dos países membros durante a primeira metade da década de 2030, marcando um passo significativo na política climática global.

No entanto, a cúpula deste ano também está marcada por divisões, particularmente sobre a questão do aborto. A declaração final não inclui uma referência direta ao aborto, após a Itália, atual presidente rotativa do G7, recusar-se a ceder à pressão da França para incluir a palavra no documento.

Essa omissão gerou uma rusga diplomática entre a Itália e a França, com acusações mútuas entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Macron acusou Meloni de tentar marcar pontos políticos antes das eleições nacionais na França, enquanto Meloni criticou a tentativa de usar o fórum do G7 para campanha eleitoral.

Apesar das tensões, a declaração reafirma os compromissos assumidos na cúpula anterior em Hiroshima, Japão, sobre o acesso universal a serviços de saúde adequados e acessíveis para mulheres. Contudo, removeu a menção específica ao “acesso ao aborto seguro e legal”, que havia sido incluída no comunicado de 2023.

Diplomatas indicaram que tanto a França quanto o Canadá tentaram fortalecer a linguagem sobre o direito ao aborto, mas enfrentaram a oposição da Itália, refletindo as sensibilidades culturais e políticas distintas entre os países membros do G7.