
Estratégia de combate ao Aedes com larvicida vira política nacional
Objetivo é reduzir as populações do inseto que é vetor da dengue, zika e chikungunha.
Da Redação
10/07/24 • 09h30

O Ministério da Saúde divulgou que a estratégia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combater o mosquito Aedes aegypti será ampliada como política pública nacional. O objetivo é reduzir as populações do inseto, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, especialmente em cidades maiores.
A estratégia envolve as estações disseminadoras de larvicidas (EDLs), potes com dois litros de água parada, atraindo fêmeas do mosquito para depositar ovos. Antes de chegar à água, as fêmeas passam por um tecido com larvicida piriproxifeno, que adere a seus corpos e é levado para outros criadouros, afetando o desenvolvimento de ovos e larvas.
O processo de adoção das EDLs inclui manifestação de interesse do município, assinatura de acordo de cooperação técnica, validação da estratégia pela secretaria estadual de saúde, capacitação dos agentes locais e monitoramento da implementação. A expansão inicial contempla 15 cidades com mais de 100 mil habitantes, alta notificação de arboviroses e alta infestação por Aedes aegypti.
As EDLs, desenvolvidas pelo Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA) da Fiocruz, foram testadas em 14 cidades entre 2016 e 2022, registrando bons resultados. As fêmeas disseminam o larvicida em um raio de 3 a 400 metros, permitindo alcançar criadouros inacessíveis e indetectáveis.
O Ministério da Saúde também recomendou outras tecnologias para combater arboviroses em cidades com mais de 100 mil habitantes. Entre elas estão ovitrampas para monitorar populações de mosquitos, borrifação residual intradomiciliar, técnica do inseto estéril por irradiação (TIE) e o Método Wolbachia, que envolve introduzir uma bactéria nos insetos para bloquear a transmissão de vírus.
Essas tecnologias requerem um plano de ação municipal e definição das áreas prioritárias, podendo ser combinadas entre si para maior efetividade. A implementação das novas tecnologias não substitui as intervenções tradicionais, que ainda dependem da mobilização de agentes públicos e cooperação da população, como eliminar acúmulo de água parada e identificar focos do mosquito.