Em 2023, a superfície de água no Brasil ficou abaixo da média histórica
A área coberta por água ficou em apenas 2% do território nacional, tendo uma queda de 1,5% em relação à média histórica.
Da Redação
27/06/24 • 10h55
A superfície de água em todo o Brasil ficou abaixo da média histórica em 2023, segundo o levantamento do MapBiomas Água divulgado nesta quarta-feira (26). A água cobriu 18,3 milhões de hectares, ou 2% do território nacional no ano passado, uma queda de 1,5% em relação à média histórica, calculada desde 1985.
Houve perda de água em todos os meses de 2023 em comparação com 2022, incluindo a estação chuvosa. Em 2022, a superfície de água era de 18,8 milhões de hectares. O MapBiomas indica que os biomas estão sofrendo com a perda de água desde 2000, com a década de 2010 sendo a mais crítica.
Em 2023, corpos hídricos naturais representaram 77% da superfície de água no país, com uma queda de 30,8% ou 6,3 milhões de hectares em relação a 1985. Os outros 23% são corpos antrópicos, como reservatórios, hidrelétricas e aquicultura, totalizando 4,1 milhões de hectares. Os grandes reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) somaram 3,3 milhões de hectares, um crescimento de 26% em relação a 1985.
Amazônia e Pantanal
Mais da metade da superfície de água do país está na Amazônia, representando 62% do total nacional. Em 2023, a Amazônia tinha quase 12 milhões de hectares de superfície de água, uma redução de 3,3 milhões de hectares em relação a 2022. O Pantanal, por sua vez, teve uma superfície de água de 382 mil hectares em 2023, 61% abaixo da média histórica. Apenas 2,6% do bioma estavam cobertos de água no ano passado.
Cerrado, Caatinga e Pampa
O Cerrado teve a maior superfície de água desde 1985, com 1,6 milhão de hectares em 2023, 11% acima da média histórica. A Caatinga registrou uma superfície de água de quase 975 mil hectares, 6% acima da média histórica. O Pampa teve mais de 1,7 milhão de hectares de superfície de água em 2023, 1,3% abaixo de 2022.
Mata Atlântica
A superfície de água na Mata Atlântica em 2023 ficou 3% acima da média histórica, com mais de 2,2 milhões de hectares, representando 12% do total nacional. Este bioma registrou elevados níveis de precipitação, resultando em inundações e deslizamentos em áreas agrícolas.