
Desafios visuais de Rebeca Andrade em Paris chamam a atenção para a saúde ocular
A ginasta, maior medalhista olímpica do Brasil, compete em alto nível apesar de miopia e astigmatismo.
Da Redação
12/08/24 • 15h30

Durante os Jogos Olímpicos de Verão 2024, Rebeca Andrade, a ginasta mais condecorada do Brasil, chamou a atenção ao tentar enxergar suas notas nas provas, revelando um desafio pouco conhecido: ela possui mais de 2 graus de miopia e astigmatismo. Mesmo assim, a atleta opta por não usar lentes corretivas durante suas apresentações, uma decisão que gerou curiosidade sobre como ela consegue manter um desempenho tão elevado.
Rebeca compartilhou que confia em seus instintos, pois teme que o pó de magnésio, utilizado para melhorar a aderência nas barras e outros aparelhos, possa irritar seus olhos se usar lentes ou óculos. “Podem me atrapalhar ainda mais. Não enxergo. Vou no feeling”, comentou a atleta, explicando sua escolha.
Segundo o Dr. Giuliano Veras, especialista em oftalmologia, tanto a miopia quanto o astigmatismo podem impactar negativamente o equilíbrio e a precisão dos movimentos de um atleta, fatores essenciais para o sucesso na ginástica. Ele alerta que, em modalidades que exigem movimentos rápidos e repetitivos, como a ginástica, as lentes de contato podem se deslocar, causando desconforto e possivelmente afetando a performance.
O especialista também aponta que a diminuição da produção lacrimal, comum durante atividades intensas, pode aumentar o risco de infecções oculares, especialmente se houver contato com suor ou poeira. Nesse contexto, Giuliano sugere que cirurgias refrativas, como LASIK ou PRK, podem ser uma solução permanente para muitos atletas, mas enfatiza a importância de uma avaliação cuidadosa com um profissional de saúde ocular.