Conflito diplomático entre Argentina e Venezuela escala com ordens de prisão

Justiça argentina solicita prisão internacional de Nicolás Maduro, enquanto Venezuela reage com pedido de alerta vermelho contra Javier Milei.

Da Redação
25/09/24 • 05h00

A tensão diplomática entre Argentina e Venezuela se intensificou nesta segunda-feira (23), quando o Departamento de Justiça da Argentina solicitou a prisão internacional do presidente venezuelano Nicolás Maduro, além de outros líderes do regime chavista, como Diosdado Cabello, por acusações de violações dos direitos humanos. A decisão veio após uma denúncia apresentada pelo Fórum Argentino para a Defesa da Democracia, uma organização não governamental, conforme reportado pela agência Reuters.

Segundo o Fórum, a Justiça Federal da Argentina apontou a responsabilidade dos líderes venezuelanos em crimes contra a humanidade ocorridos na Venezuela. Esta medida marca um ponto crítico nas relações entre os dois países, que já vinham deteriorando-se.

Em resposta, a Venezuela repudiou veementemente a decisão judicial argentina. A chancelaria venezuelana classificou a ordem de prisão como parte de uma estratégia internacional de “Lawfare”, acusando-a de tentar minar a soberania de estados e deslegitimar processos democráticos. O governo de Nicolás Maduro também afirmou que a medida não tem fundamento legal e viola as imunidades diplomáticas.

Adicionalmente, o Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que o governo venezuelano entrará com um pedido na Interpol para incluir o nome do presidente argentino Javier Milei e de dois de seus funcionários em um alerta vermelho. Saab acusa Milei de ter violado convenções internacionais, alegando que ele esteve envolvido em um incidente em 2022, no qual um avião estatal venezuelano, carregado com peças automotivas, foi retido por autoridades argentinas.