Cobertura florestal mundial perde 3,7 milhões de hectares em 2023

Apesar da queda de 36% no índice global, Brasil continua liderando os piores cenários.

Da Redação
04/04/24 • 11h22

Brasil está em estado grave no desmatamento, apesar de apresentar melhorias. (Foto: Bruno Kelly/Reuters)

O relatório anual produzido pelo Laboratório de Análise e Descoberta de Terras Globais (Glad), da Universidade de Maryland, revelou que em 2023, os trópicos perderam 3,7 milhões de hectares de floresta primária, equivalente à destruição de dez campos de futebol por minuto. Apesar de uma queda de 36% no índice global, o Brasil continua liderando a lista dos países com os piores cenários, embora tenha havido uma melhora na Amazônia.

O monitoramento, realizado pela plataforma Global Forest Watch (GFW), do World Resources Institute (WRI), destaca a importância das políticas ambientais para transformar esses indicadores, citando o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em demarcar terras indígenas e a aplicação da lei em prol da preservação ambiental.

O relatório ressalta a necessidade de o Brasil cuidar de diferentes biomas com o mesmo zelo, apontando para a tendência de aumento do desmatamento no Cerrado e as perdas no Pantanal devido às queimadas. Na Bolívia, a perda de floresta primária subiu 27% em 2023, destacando-se como o terceiro ano consecutivo de alta e chamando a atenção pela sua área de florestas já menor que a de outros países.

Apesar da diminuição da perda de floresta primária no Brasil de 43% para 30% de 2022 para 2023, o país ainda enfrenta um cenário grave, comparável ao da República Democrática do Congo e da Bolívia. Com a meta estabelecida pela Declaração dos Líderes de Glasgow para 2030, os pesquisadores alertam que o tempo está se esgotando, considerando a perda anual de 3 a 4 milhões de hectares de floresta tropical nas últimas duas décadas.