Cidadãos do Irã vão às urnas para eleger novo presidente

Ex-presidente Ebrahin Raisi faleceu em acidente de helicóptero em maio.

Da Redação
27/06/24 • 20h52

Previsão é que a disputa eleitoral vá para o segundo turno. (Foto: Nazanin Tabatabaee)

Na sexta-feira (27), os iranianos vão às urnas para eleger um novo presidente entre seis candidatos, incluindo um até então desconhecido reformista, que espera desafiar a supremacia dos conservadores.

A eleição, originalmente planejada para 2025, foi organizada em poucas semanas devido à morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em 19 de maio.

O pleito acontece em um momento delicado para a República Islâmica, que enfrenta tensões internas e crises geopolíticas, desde a guerra na Faixa de Gaza até a questão nuclear, a apenas cinco meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, seu inimigo declarado.

A campanha, que começou de forma morna, tornou-se mais competitiva do que a anterior em 2021, graças à presença do reformista Massoud Pezeshkian, que se destacou como um dos três favoritos.

Seus principais adversários são o conservador presidente do Parlamento, Mohammad-Bagher Ghalibaf, e Saïd Jalili, o ultraconservador ex-negociador nuclear.

A previsão é que a disputa entre eles possa levar a um segundo turno, algo que só ocorreu uma vez desde o início da República Islâmica, há 45 anos, na eleição presidencial de 2005.

Para ter chances de vencer, Massoud Pezeshkian precisa de uma alta taxa de participação, ao contrário da eleição presidencial de 2021, que foi marcada por uma abstenção recorde de 51%, quando nenhum candidato reformista ou moderado foi autorizado a concorrer.

Na terça-feira (25), o líder supremo, ayatollah Ali Khamenei, pediu aos iranianos que “compareçam em grande número”, temendo a provável baixa participação, considerando os 41% registrados nas eleições legislativas de março passado.

Segundo Ali Vaez, especialista em questões relacionadas ao Irã do International Crisis Group (ICG), o futuro presidente terá o desafio de evitar o aumento do fosso entre o Estado e a sociedade. Até agora, nenhum dos candidatos apresentou um plano concreto para resolver esses problemas.