Brasil registra um crime de estupro a cada seis minutos em 2023

Os 83.988 casos representam um aumento de 6,5% em relação a 2022.

Da Redação
18/07/24 • 17h40
76% as ocorrências foram de vulneráveis. (Foto: Freepik)

O Brasil registrou um crime de estupro a cada seis minutos em 2023, com um total de 83.988 casos de estupros e estupros de vulneráveis, um aumento de 6,5% em relação a 2022. As mulheres são a maioria das vítimas, e os agressores geralmente estão dentro de casa. Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com o anuário, 76% das ocorrências de estupro em 2023 foram de vulneráveis, que envolvem vítimas menores de 14 anos ou incapazes de consentir. As vítimas são majoritariamente meninas (88,2%), negras (52,2%) e têm no máximo 13 anos (61,6%). A maioria dos agressores são familiares ou conhecidos (84,7%), e os crimes ocorrem principalmente nas residências das vítimas (61,7%).

A prevalência de estupros é especialmente alta entre crianças e adolescentes de 10 a 13 anos, com uma taxa de 233,9 casos por 100 mil habitantes, quase seis vezes a média nacional de 41,4 por 100 mil. Entre bebês e crianças de 0 a 4 anos, a taxa é de 68,7 por 100 mil habitantes. As maiores taxas de estupro estão em Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso do Sul e Amapá, com os municípios de Sorriso (MT) e Porto Velho (RO) liderando as estatísticas.

O anuário também mostra aumento em todas as modalidades de violência contra a mulher. O crime de importunação sexual cresceu 48,7%, com 41.371 ocorrências. O stalking teve um aumento de 34,5%, totalizando 77.083 registros. Assédio sexual aumentou 28,5%, com 8.135 casos, enquanto as tentativas de homicídio cresceram 9,2%, com 8.372 vítimas. A violência psicológica aumentou 33,8%, com 38.507 registros, e as agressões por violência doméstica cresceram 9,8%, com 258.941 registros.

Os feminicídios aumentaram 0,8%, com 1.467 mulheres mortas em 2023. Mais da metade das mortes ocorreram na residência (64,3%), e 63% das vítimas foram mortas pelo parceiro íntimo. O número 190 recebeu 848.036 chamadas sobre violência doméstica, enquanto 778.921 ligações reportaram ameaças. Em 2023, foram concedidas 540.255 medidas protetivas de urgência.