
Brasil registra aumento de 76% nos focos de incêndio em 2024
Pantanal observa maior crescimento, enquanto governo mobiliza equipes para combater incêndios.
Da Redação
14/10/24 • 17h23

O Brasil identificou mais de 2,3 mil focos de incêndio nas últimas 48 horas, totalizando 226,6 mil registros de queimadas em 2024, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número reflete um aumento de 76% em relação ao mesmo período de 2023.
Dos focos detectados, 49,4% ocorreram na Amazônia, seguida pelo Cerrado, que concentrou 32,1% dos incêndios. O Pantanal, apesar de representar 6% do total, registrou o maior aumento percentual, com crescimento de 1.240% na comparação com o ano anterior.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas intensas para áreas da Amazônia e do Pantanal, mas também prevê precipitação abaixo da média na Região Norte até dezembro, agravando as condições de baixa umidade do solo. No Pará, 466 focos de calor foram detectados nas últimas 48 horas, enquanto o Mato Grosso registrou 189 focos.
A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), onde predomina o Cerrado, apresentou 826 focos de incêndio no mesmo período e está sob alerta de baixa umidade, aumentando o risco de novos incêndios florestais.
Atualmente, 3.732 profissionais estão em campo combatendo incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado, com o apoio de 28 aeronaves. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a mobilização contínua do governo. “Mantemos uma Sala de Situação para coordenar ações emergenciais e enfrentar os impactos das mudanças climáticas, que se mostram cada vez mais severas”, declarou.
A situação é agravada pela escassez hídrica em diversos rios importantes, conforme alerta da Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA). Entre os afetados estão os rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, além da bacia do Paraguai, no Pantanal. O nível do Rio Paraguai, em Ladário (MS), atingiu o menor patamar já registrado, superando o recorde de 1964.
As queimadas e a escassez hídrica representam desafios críticos, com impactos diretos sobre o meio ambiente e as populações locais.