
Brasil quase dobra número de médicos em 14 anos, mas desigualdade regional persiste
Estudo revela disparidades na distribuição de médicos pelo país, destacando a concentração nas capitais.
Da Redação
16/10/24 • 10h20

O Brasil registrou um aumento expressivo no número de médicos nos últimos 14 anos, saltando de 304 mil em 2010 para cerca de 576 mil em 2024, segundo o levantamento “Demografia Médica no Brasil”, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Apesar do crescimento significativo, o estudo destaca que as desigualdades regionais continuam, especialmente nas áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos.
O estudo aponta que a média nacional é de 3,07 médicos por mil habitantes. No entanto, essa taxa varia consideravelmente entre as regiões. Estados como o Distrito Federal (6,3), Rio de Janeiro (4,3) e São Paulo (3,7) estão acima da média, enquanto estados como Amazonas (1,6), Amapá (1,5), Pará (1,4) e Maranhão (1,3) apresentam as menores proporções de médicos por mil habitantes, refletindo desafios socioeconômicos e de infraestrutura. O Ceará aparece com 2,17 médicos a cada mil habitantes.
O levantamento também evidenciou que 52% dos médicos estão concentrados nas capitais, embora essas áreas abriguem apenas 23% da população brasileira. Já o interior, que representa 77% da população, conta com apenas 48% dos médicos, reforçando a necessidade de políticas públicas que incentivem a distribuição mais equitativa de profissionais.
José Hiran Gallo, presidente do CFM, ressalta a importância de políticas que promovam a redistribuição de médicos para minimizar as desigualdades regionais, assim como programas de formação que atendam às necessidades específicas de cada região.