
Brasil deixa a lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas
País apresentou avanços em 14 dos 16 imunizantes pesquisados.
Da Redação
15/07/24 • 12h10

Em 2023, o Brasil avançou na imunização infantil e saiu do ranking das 20 nações com mais crianças não vacinadas. O estudo, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou uma queda significativa no número de crianças não imunizadas.
O número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1 caiu de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023. Para a DTP3, a queda foi de 846 mil para 257 mil no mesmo período. A DTP é a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O Brasil, que em 2021 era o sétimo no grupo dos países com mais crianças não imunizadas, apresentou avanços em 14 dos 16 imunizantes pesquisados.
Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef no Brasil, destacou que a retomada da imunização infantil no país é importante após anos de queda na cobertura vacinal. Ela enfatizou a necessidade de continuar os esforços para vacinar todas as crianças, levando a vacinação para além das unidades de saúde, alcançando escolas e centros de assistência social.
No cenário global, houve um aumento no número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP1, passando de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023. O número de crianças que receberam três doses da DTP em 2023 estagnou em 84% (108 milhões). Em comparação com os níveis pré-pandemia de 2019, havia 2,7 milhões de crianças não vacinadas ou com imunização incompleta em 2023.
O levantamento do Unicef e da OMS abrangeu dados de 185 países. A cobertura vacinal contra o sarampo, por exemplo, estagnou, deixando cerca de 35 milhões de crianças sem proteção ou com proteção parcial. Em 2023, apenas 83% das crianças no mundo receberam a primeira dose do imunizante, abaixo dos 95% necessários para prevenir surtos e alcançar as metas de eliminação do sarampo.
Nos últimos cinco anos, surtos de sarampo atingiram 103 países, onde vivem aproximadamente três quartos dos bebês do mundo. A baixa cobertura vacinal nessas regiões foi um fator importante para os surtos, enquanto 91 países com forte cobertura vacinal não experimentaram surtos.